Novembro 22, 2024

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Reflexão: " 20 de Maio 2022 " Dia Nacional do Andebol!!

Reflexão: " 20 de Maio 2022 " Dia Nacional do Andebol!!

Referência histórica (*) :

Dados históricos aferem que o andebol em Angola começou a ser praticado no período entre 1946 e 1947 por elementos afectos ao exército colonial e posteriormente massificada pela então mocidade portuguesa, principalmente na versão andebol de onze.

Os principais jogos eram realizados no estádio dos Coqueiros. Na época a par do basquetebol, atletismo etc, a modalidade era regulada pela Associação dos Desportos de Luanda. 

As principais equipas que abraçaram a modalidade na década de 1950/1960 foram o Sporting de Luanda, Ferroviário, Mocidade Portuguesa, Atlético, Praia do Bispo, CDUA, Sporting da Maianga entre outras.

A posterior a modalidade começou a ter expressão fora de Luanda, tendo inclusive a equipa da antiga cidade de Silva Porto (actual Kuito- Bié ) sagrado-se campeã de Angola e de Portugal em 1966 e 1967.

O Sporting de Luanda que detinha na época os melhores jogadores sagrou-se campeão de Angola, e perspectivava-se a sua participação no campeonato português.

O desenvolvimento do andebol na então província de Angola, propiciou no ano de 1970 a participação do Sporting de Portugal no campeonato do "distrito" de Luanda, tendo ganho a prova, ao que se diz com alguma proteção da arbitragem, que expulsou 2 jogadores do Sporting de Luanda.

 

Criação da Federação e instituição do dia da modalidade (*):

 

Esta paixão pela modalidade, permitiu a criação da Federação de Andebol de Angola no dia 17 de Outubro 1974 ( antes mesmo da proclamação da independência do País) onde se localiza a antiga Casa do Desportista à Ilha de Luanda, por personalidades como Marcelino Lima, Espírito Santo, José Fragoso, Victor Nunes, Óscar Nascimento entre outros que após contactos acabaram por eleger o Senhor Francisco de Almeida como primeiro Presidente.

O dia nacional do andebol foi instituído na sequência de um torneio realizado a 20 de Maio de 1975, alguns meses antes da data da independência, daí o simbolismo patriótico da data. 

 

Fomento e desenvolvimento:

O andebol é uma modalidade que orgulha o País pela sua importância e vigor no desenvolvimento do desporto nacional e pela sua afirmação a nível internacional.

É das modalidades federadas mais (senão mesmo a mais ) praticada no País e com o melhor palmares internacional, bastando para o efeito lembrar o domínio de cerca de 3 décadas no continente pelas seleções nacionais e clubes (Ferroviário, Petro e 1º de Agosto) as boas participações em campeonatos do mundo, com destaque para o 7º lugar em 2007 (França), 8º no Mundial do Brasil, a boa participação nos jogos olímpicos do Rio de Janeiro, e ainda a conquista do Mundial de clubes pelo 1º de Agosto, na classe feminina.

Em masculinos desde o podium da seleção em 2004, o título de vice-campeão de clubes pelo Sporting de Luanda em 2002, de campeão pelo 1º de Agosto em 2007, a vitória nos jogos Pan- Africanos de Marrocos, as boas performances nas provas Africanas e mundiais em que toma parte regularmente, são bons indicadores da aposta nesta classe. 

A meta de atingir uma meia final mundial em femininos e uma final Africana em masculinos deve fazer dos projectos e programas de todos os agentes da modalidade, encabeçados pela Federação Angolana de Andebol, um desígnio nacional, perfeitamente atingível.

Neste momento verifica-se uma transição geracional em ambos os sexos e é prudente que se reequacionem os programas e objectivos com uma mensagem clara aos agentes e amantes da modalidade, para atingirmos no médio prazo (3 a 4 anos) as metas acima referidas.

O investimento na preparação das seleções nacionais e clubes por via da participação (ou realização) em pelo menos 04 torneios de alto nível durante o ano, é fundamental para suprirmos a falta de competitividade no país e no continente.

A participação em torneios ou estágios com carácter competitivo nas datas IHF é um bom exemplo a seguir. O apoio financeiro e institucional do Estado é imprescindível para o sucesso do projecto no continente e no mundo. O histórico e as performances da modalidade fazem merecê-lo.

A par da competição é necessário adequar os projetos e programas a qualidade dos seus executores, privilegiando a qualificação permanente (ao mais alto nível) dos quadros técnicos e administrativos para obter sucesso.

Para o efeito é necessário organização, ambição, comprometimento e resiliência. 

O Andebol Angolano está num patamar em que não pode tolerar a indefinição, o improviso e a hesitação. 

É necessário, a par do fomento e desenvolvimento nacional, ambicionar e concertar estratégias que levem a uma mudança de liderança e funcionamento da Conferedação Africana de Andebol-CAHB, cuja gestão tem sido caracterizada pela inércia e estagnação.

A presente edição da Taça das Taças neste momento em Niamey-Níger é apenas um exemplo. A representação da nossa arbitragem (árbitros e dirigentes deste sector) que estava num patamar de ascensão mundial, hibernou e precisa renascer. 

Angola tem Estatuto e Autoridade para iniciar um processo de concertação com outras potências do Andebol em Africa para alterar o actual "Status quo", de subserviência e neste âmbito ter voz e poder que convençam a Federação Internacional de Andebol-IHF, a rever o seu posicionamento e adequá-lo ao nível do prestígio e mérito conquistados por países como Angola, tal como o faz com outras Confederações. 

Bem haja o Andebol! Bem haja Angola!!!..

Por: Elísio Campos

(*) Agradecimento ao Sr Dantas Cardoso " in memorium".

 

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Última modificação em Sábado, 21 Mai 2022 17:28