Tal como se previa, a deslocação ao campo do FERROVIA DO HUAMBO revelou-se muito exigente e obrigou a nossa equipa a um esforço enorme para garantir os ambicionados três pontos. Foi uma vitória assente na garra, querer, espírito de sacrifício e crença de um grupo coeso, empenhado e convicto, que luta até à exaustão pela concretização dos seus objectivos.
A forma como se materializou o nosso suado mas inteiramente justo triunfo, mereceu os descabidos comentários de quem não tolera o sucesso do 1.° DE AGOSTO. Desta feita, os reparos e lamúrias incidem no facto do árbitro Benjamim Andrade ter concedido 8 minutos de compensação, com o golo da vitória rubro-negra, apontado por Bobó, a acontecer no minuto 90+8.
Quanta incoerência... ou como a opinião de certas pessoas peca por ser volúvel e tendenciosa. Na verdade, ao longo dos anos têm sido constantes as queixas dos técnicos, dirigentes, comentaristas e agentes do futebol perante o contínuo e ostensivo recurso de várias equipas ao anti-jogo e práticas que visam exclusivamente reduzir o tempo útil de jogo. No entanto, em vez de aplaudirem a coragem de Benjamim Andrade, que cumpriu as orientações da International Board, penalizando a escancarada perda de tempo, preferem inventar teorias falaciosas sobre um pseudo favorecimento ao 1.° DE AGOSTO.
O que diz expressamente a Lei 7 - Duração do Jogo?
Cada parte deve ser prolongada para que se recupere o tempo perdido com:
• Substituições (sugestão de acréscimo de 30 segundos por cada uma);
• Avaliação de lesões (pelas equipas médicas) ou transporte de lesionados para fora do terreno de jogo - se nada de anormal ocorrer, a expectativa é acrescentar 1min por cada paragem;
• Perdas de tempo (por exemplo, atitudes que procurem retardar deliberadamente, o recomeço do jogo);
• Sanções disciplinares (o jogo fica, muitas vezes, parado para o árbitro identificar os jogadores, exibir os respectivos cartões e anotar a sanção no seu bloco de notas);
•. Qualquer outra causa, incluindo o excesso de tempo perdido na celebração de um golo. Aqui também cabem motivos inesperados, como a lesão grave de um GR (que não pode ser transportado para fora do terreno), desaparecimento das bolas de jogo, falha de energia elétrica, etc.
Apenas em relação às duas primeiras existe uma indicação clara sobre o tempo a acrescentar. Nas outras, deve funcionar a contagem "a olho", rigorosa e, acima de tudo, justa.
Olhemos agora para o exemplo prático dos factos ocorridos na 2ª parte do jogo com o FERROVIA, antes da indicação do tempo adicional:
- 9 substituições (9×30'')
- 1 golo (Mabululo)
- 1 expulsão
- Várias paragens para assistência a jogadores lesionados ou queixosos
Mais: os árbitros de futebol têm instruções claras para adicionarem o tempo que julgarem ser o mais adequado para não penalizar a equipa que possa ter sido "vítima" do anti-jogo do adversário.
Afinal, Benjamim Andrade até poderia ter "esticado" um pouco mais o tempo de compensação...
Concentremo-nos no mais importante... o próximo jogo. Mais uma deslocação complicada, para defrontar o DESPORTIVO DA HUÍLA, novamente orientado por Mário Soares, um técnico com provas dadas ao serviço dos militares da Frente Sul e que conhece a nossa equipa como a palma das suas mãos. Os huilanos ocupam o 12.° lugar, com 13 PTS (11JGS / 3V 4E 4D / 9GM - 11GS), e em casa têm o registo de 7JGS / 3V 1E 3D / 7GM - 6GS / 48% EFICÁCIA. O regresso de Mário Soares trouxe um novo estímulo e reforçou os níveis de confiança de uma equipa que, em consonância com as ideias do seu técnico, privilegia o equilíbrio, organização colectiva e capacidade para sair em transições rápidas para aproveitar a profundidade. Na jornada passada, os huilanos receberam e venceram a ACADÉMICA DO LOBITO, por 2-0.
O histórico dos últimos 10 (dez) confrontos na Huíla é francamente favorável ao D'AGOSTO, que totaliza 5V 4E 1D, com 14GM e 8GS, eficácia de 63%.
Não há jogos nem adversários fáceis.